segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cebola-albarrã - Urginea marítima







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A cebola albarrã é relativamente frequente nos mortórios e matos mediterrânicos durienses, onde com frequência passeio. Esta espécie botânica durante muito tempo me intrigou.
No final do outono ou no princípio do inverno, do seu bolbo brotam as folhas. Posteriormente na primavera as folhas eclipsam-se e a planta desaparece-nos da vista. Resta o bolbo enterrado! Já o verão vai a meio quando aparentemente do nada, lembrando que ainda está viva, da planta surge uma haste floral.
Quando tento identificar o que para mim é uma nova espécie, como leigo que sou não gosto de arriscar, conjugando a observação de diversas estruturas da planta – folhas, caules, flores,…
Dado o lapso temporal entre a morte das folhas e o aparecimento das flores, durante muito tempo não as associei à mesma planta. Talvez por isso só recentemente tenha conseguido fazer a sua identificação.
Como planta curiosa que é, não poderia deixar de ter no meu jardim a autóctone cebola albarrã.
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Nome vulgar: cebola-albarrã; Cila; Cebola-do-mar; jacinto-do-mar
Família botânica: Asparagaceae
Nome científico: Urginea maritima
Distribuição Geral: Região Mediterrânica e Canárias
Distribuição em Portugal: Sul, Litoral Centro e Litoral Norte, Douro e depressões anexas.
Habitat: Terrenos incultos, em clareiras de matos e de bosques; Rupícola.
Floração: agosto – outubro
Características: Planta herbácea, vivaz e bolbosa.
Podendo pesar até 5 quilos e atingir os 20 cm de diâmetro, o seu bolbo é dos maiores que ocorrem na zona do mediterrâneo. Possui várias camadas externas membranosas que o protegem das intempéries. As suas raízes, carnudas, são pouco ramificadas. As folhas lanceoladas, grandes, de cor verde brilhante, lustrosas, ligeiramente suculentas e com nervuras longitudinais e paralelas, dispõem-se em roseta basal. Surgem no final do outono, início do inverno, durando até à primavera. A haste floral é ereta, violácea, chegando a atingir mais de 1 metro de altura. Culmina numa inflorescência em espiga, densa e com numerosas flores brancas, brilhantes, com uma risca longitudinal rosa-púrpura. As flores aparecem em agosto ou setembro. De cor amarela o ovário é muito vistoso. No seu interior formam-se sementes negras e brilhantes.
É muito ornamental como planta bolbosa, formando maciços muito vistosos. Adapta-se com facilidade a solos pedregosos, sobre solos argilosos, argilo-xistosos, calcários, margosos e arenosos.
Rafael Carvalho / jan2013

11 comentários:

  1. Mais uma espécie com a fama de ser venenosa; Quando era miudo fazia boias para a pesca fluvial com os troncos secos que suportam o caco de flores...

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  2. Os bolbos são especialmente tóxicos quando descascados, comichão generalizada nas áreas expostas ao ar. Quando esmagados provocam espirros frequentes e se ingerida pode levar a morte.

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    1. Jorge,
      obrigado pela informação.
      Cumprimentos!

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    2. Que provas é h+a de é realmente venenosa?

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    3. Conheço antigos que morreram-lhe animais depois de comerem tal planta.

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  3. Mas a cebola em si traz cura de úlceras gastriste não e ?

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  4. Mas a cebola em si traz cura de úlceras gastriste não e ?

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  5. No norte de Portugal era cortada e passada em impinges, com bons resultados. Ainda hoje é usada cortada e passada ao de leve para tirar dores interiores, mas só para quem se submete a grande incómodo durante as várias horas subsequentes.

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  6. Ouvi falar de casal holandês que foram presos há pouco tempo por andarem a recolher bolbos para levar pra reprodução na Holanda.

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  7. Apanhei muita na encosta ao lado da minha casa, Vendia-ae bem no tempo da Segunda Guerra. Tinha muito cuidado, porque embora fosse por minha conta e risco, era bem recomendado que a cebola albarrã era venenosa. Dez anos, por aí.

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  8. Penso que há uma confusão, a Allium tricoccum, traduzem do inglês ramp ou spring onion, como sendo cebola albarrã em muitos livros de horticulas, mas não tem nada a ver, a não se a semelhança da folha com A URGINEA MARITIMA, que é a "nossa" cebola albarrã

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