segunda-feira, 4 de junho de 2012

Lírio-amarelo-dos-pântanos (Iris pseudacorus)






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Sempre tive uma relação próxima com a água - nasci em Aveiro, com um pé na água doce e outro na água salgada. Aveiro é pródiga em água e desde miúdo me habituei a observar a explosão de vida em seu redor. Fiz longos passeios observando a Ria, calcorreando os campos, margens de canais, esteios, rios e ribeiros. Foi numa dessas incursões que pela primeira vez contactei com o lírio-amarelo-dos-pântanos.
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Residente no Alto-Douro por motivos profissionais, construí um charco no meu jardim – a concretização de um sonho de criança. Faltava-lhe porém os lírios, a sua graça e a sua cor. Voltei a Aveiro, ao local onde na minha infância convivi com a dita espécie – eclipsou-se, levou sumiço.

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Com alguma frequência no verão, faço passeios de canoa com os meus filhos, percorrendo o rio Douro e os seus afluentes. Foi precisamente na foz do rio Távora, concelho de Tabuaço, que numa margem apenas acessível por água me deparei com meia dúzia de pés que me pareciam ser dos ditos lírios. Como não estavam floridos e eu sou apenas um aprendiz de botânico, não os pude identificar na altura com toda a certeza. Trouxe um. Após um ano no meu lago floriu: as dúvidas desapareceram, estava confirmada a identidade. E lá está o meu lírio florido a embelezar o meu charco e a ilustrar o meu blogue...
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Nome vulgar: Ácoro-bastardo; Lírio-amarelo; Lírio-amarelo-dos-pântanos; Lírio-bastardo; Lírio-dos-charcos.
Família botânica: Iridaceae.
Nome científico: Iris pseudacorus.
Distribuição Geral: Grande parte Europa, Cáucaso, Sibéria, W da Ásia, N de África e Macaronésia (Canárias e Madeira); atualmente cosmopolita.
Distribuição em Portugal: Norte; Litoral Centro e Litoral Sul.
Habitat: relvados húmidos e ripícola - margem de cursos de água, valas e lagoas, juncais, pauis e arrozais.
Floração: abril – junho.
Características: Planta excecionalmente ornamental, ideal para marginar jardins aquáticos. Trata-se de uma planta herbácea perene, rizomatosa de folhas lineares. A sua flor é de curta duração, contudo as flores sucedem-se umas às outras, pelo que a planta se mantem florida durante algum tempo. As tépalas da flor, de cor amarela aparecem caídas, possuindo nervuras de cor púrpura. A flor é coroada por três pétalas eretas. O seu fruto é uma cápsula. Necessita de mondas periódicas por se expandir com muita facilidade. Atinge 70 a 80 cm de altura.
Rafael Carvalho / mai2012

4 comentários:

  1. Tenho os encontrado muito aqui para os meus lados, ainda há um mês estavam em flor. Mas há anos em que o pessoal da câmara municipal "limpa" os rios e ribeiras com retroescavadoras, então depois ficam uns anos sem aparecer até se estabelecerem outra vez. Mas à conta disso na ribeira perto da minha casa havia alguns que desapareceram completamente.

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  2. James,
    fartura nuns lados, escassez noutros, é assim o mundo das plantas.
    Obrigado pelo comentário.
    Cumprimentos.

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  3. Estás um perfeito "aequeólogo" da botânica. Fica bem no teu charco.

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  4. Caro Joaquim,
    vamos fazendo o que podemos!
    Obrigado pela visita.

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