quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Erva-besteira (Helleborus foetidus)



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Localizada no Alto-Douro, a região de Armamar, onde resido, ainda possui verdadeiros tesouros para quem gosta de se embrenhar na natureza.
Matos mediterrânicos, galerias ripícolas, …
Tenho-me virado ultimamente para os cursos de água, muitos deles temporários, que sulcam o concelho em direção ao Douro.
Foi numa dessas saídas que me deparei com a planta da segunda imagem, desconhecida para mim até então. Pertencia esta planta a um núcleo de outras iguais localizado junto à cascata da primeira imagem. O local é bastante húmido, com diferentes espécies de fetos, musgos e hepáticas à mistura, um verdadeiro parque Jurássico. No local também identifiquei uma população de prímulas (Primula acaulis), coisa rara para estes lados.
Como sempre acontece nestas situações, não descansei até descobrir a identidade de tal espécime. A internet nestas coisas dá algum jeito…
Verifiquei tratar-se da erva-besteira ou erva-dos-besteiros. Como é das primeiras plantas a florir, logo em Dezembro, os galegos chamam-lhe erva-chaveira já que tem a chave da Primavera!
Por ser bastante ornamental, parece que no estrangeiro é muito usada em jardinagem. Com menor frequência também parece ser usada por cá.
Como entretanto descobri a planta noutros cursos de água da região, plantei alguns pés numa zona sombreada do meu jardim autóctone. Não parece estar a dar-se mal!…
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Nome vulgar: Besteira; Erva-besteira; Erva-dos-besteiros; Heléboro-fétido
Família botânica: Ranunculaceae
Nome científico: Helleborus foetidus
Distribuição Geral: Oeste e Sul da Europa e Norte de Marrocos
Distribuição em Portugal: presente em todo o país, exceto no Baixo Alentejo e Algarve
Habitat: Relvados húmidos, ruderal e rupícola
Floração: dezembro a junho
Características: Erva perene, rizomatosa, que atinge até 1 metro de altura. Renova-se a cada dois anos. O cunho de fétida surge-lhe no nome científico, facto não confirmado por mim. Segundo se consta a planta é muito tóxica tendo sido outrora usada como vermífugo e como repelente de piolhos.
Na altura da floração, visível na fotografia, a planta tem dois tons de verde: verde escuro para as folhas, compostas; verde claro para as hastes florais, pétalas incluídas. O contraste de tons torna a planta muito ornamental. A textura da folhagem confere um contraste muito interessante.
Rafael Carvalho / jan2012

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